Concilio degli Dei nella Villa Farnesina, Raffaello Sanzio, 1517-18x

22 de novembro de 2024

O Olimpo

Após sua vitória na Titanomaquia, Zeus estabeleceu seu reino no Monte Olimpo. Para organizar seu reino teve diversos relacionamentos com várias deusas dos quais nasceram vários filhos, com os quais visava estabelecer condições éticas e morais para os deuses e os homens.

Monte Olimpo

Métis, a deusa da prudência e da astúcia, filha de Oceano e Tétis, foi a sua primeira união, sendo que seu nome significava a sabedoria combinada com a astúcia. Urano e Gaia haviam profetizado que se ela tivesse um filho, ele arrebataria o poder do pai.
Ela tinha o poder de se metamorfosear e assim Zeus propôs uma brincadeira, sugerindo que ela se transformasse em uma gota d’água. Sem perceber as suas intenções, ela se transformou e ao cair em sua mão ele imediatamente a engoliu.
Mas Zeus não sabia que Métis estava grávida e depois de algum tempo sua cabeça passou a crescer a cada dia. Não suportando mais as dores, pediu a seu filho Hephaisto que o ajudasse.
Hephaisto usou um machado para abrir minha cabeça, de onde saltou Palas Athena, a deusa das guerras justas e da sabedoria, já adulta e vestida com sua armadura e portando sua lança.
Sua bravura é calma e refletida, é a deusa da inteligência, da razão, da justiça e do espírito criativo, presidindo as artes, a literatura, a filosofia e a música.

Pallas Athena, Gustav Klimt, 1898

Seu segundo relacionamento foi com Themis, filha de Urano e Gaia, consequentemente sua tia. Ela era a guardiã dos juramentos dos homens, considerada a deusa da Lei ancestral, da ética, da ordem e protetora dos oprimidos. Eles tiveram seis filhas: as Horas e as Moiras.
As Horas regiam as estações do ano e a ordem das forças produtivas da Natureza. Tinham também a função de instaurar o equilíbrio na ordem social, sendo que aos homens estava reservado ou a harmonia ou a desventura de acordo com a utilização ou não do senso de justiça.
Eram as guardiãs das portas do Olimpo, organizando a passagem das estrelas. Também eram encarregadas de guardar a ambrosia que era o alimento dos deuses. Seus nomes eram Eirene, Eunômia e Diké:
• Eirene personificava a Paz, descrita como uma bela jovem que portava uma cornucópia. Estaria ligada a compreensão da ordem natural dos eventos.
• Eunomia era a deusa da disciplina e representava o resultado do esforço contínuo do indivíduo para aperfeiçoar suas habilidades.
• Diké era a deusa dos julgamentos e da justiça humana. Representava a organização das coisas para harmonizar a sociedade e as relações entre os indivíduos. Usava a espada e a balança buscando o equilíbrio entre razão e força na aplicação de uma sentença. Estava sempre com os olhos abertos a procura da verdade.

As Horas

As Moiras eram três irmãs chamadas Cloto, Láquesis e Átropos que determinavam o destino, tanto dos deuses quanto dos seres humanos. Representavam a fatalidade sob o aspecto da configuração e ordenação dos destinos humanos segundo um peso e medida divinos.
Eram as responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho as Moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios.
• Cloto significa “fiar”, segurava o fuso e tecia o fio da vida. Ela atuava como deusa dos nascimentos e partos.
• Láquesis significa “sortear” puxava e enrolava o fio tecido. Ela atuava sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
• Átropos significa “afastar”, também chamada de “Inflexível”. Ela cortava o fio tecido e determinava o fim da vida.

As Moiras, John Melhuish Strudwick, 1885

Eurínome, filha de Oceano e Tetis cujo nome significa “a grande partilha” foi a sua terceira conjuge. Eles geraram as Graças ou Cárites, filhas de ampla beleza cujos nomes eram Aglaia, Tália e Eufrósine, conhecidas como as “Deusas da Felicidade”.
Cada uma delas personifica, respectivamente, o esplendor, a alegria, o desabrochar.
• Aglaya representava o esplendor, a resplandecente, a brilhante.
• Tália era aquela que fazia brotar flores, a verdejante, a deusa das festas e dos banquetes.
• Eufrósine simbolizava o júbilo, a alegria e o bom humor, era quem alegrava os corações.

As Três Graças, Rafael Sanzio, 1504

Sua irmã Deméter, filha de Cronos e Rhea, foi a sua quarta consorte e tiveram uma filha chamada Perséfone ou Coré. Deméter regia a fertilidade da Terra e quando sua filha foi raptada por Hades, seu irmão e senhor do mundo subterrâneo, ela fica extremamente triste. A partir daí a Terra deixa de produzir seus frutos fazendo com que a humanidade não tivesse comida.
Zeus intervém e após uma negociação, Perséfone passa um período do ano com a mãe e outro com o esposo. Isto tem analogia com a semente, que germina sob o solo e depois a planta cresce na atmosfera, recebendo a luz solar.

Demeter e Perséfone, Jean-Antoine Watteau, 1717

Sua quinta aliança foi com Mnemosine, filha de Urano e Gaia, portanto sua tia, a deusa que personificava a Memória. Zeus deitou-se com ela por nove noites e tiveram nove filhas, as Musas, mas falaremos delas no próximo capítulo.

Mnemosyne, Dante Gabriel Rossetti, 1881

A sexta relação foi com Leto, filha dos titãs Ceos e Febe, irmãos de Cronos. Ela foi muito perseguida por Hera, irmã de Zeus, que não permitiu que nenhuma parte da terra a recebesse para que tivesse um bom parto. Foi na ilha de Ortigia, uma ilha flutuante, portanto não ligada a parte alguma da terra, que a recebeu.
Mesmo assim, Hera proibiu que Ilítia, a deusa dos bons partos, a atendesse, e Leto ficou se contorcendo sem poder dar à luz. Por fim, graças à intervenção de outros deuses, Ilítia vai até Leto e permite que ela venha a conceber um casal de gêmeos, Apolo e Artemis.

Nascita di Apollo e Diana, Marcantonio Franceschini (1648 – 1729)

Artemis nasceu primeiro e viu o sofrimento da mãe na hora do parto. Então ela pediu a Zeus para permanecer virgem, tornando-se uma caçadora e amante da Natureza.

Diana, Guillaume Seignac (1870-1924)

Apolo é o deus da Beleza, da Perfeição, da Harmonia, do Equilibrio, da Razão, da Música e da Medicina. Também é o patrono do Oráculo de Delfos.

Apollo, Nicolas Bernard Lépicié, 1772

Apolo e Artemis tem analogia com o Sol e a Lua, assim como Hélios, o condutor do carro do Sol e Selene, a personificação da Lua.

  • Imagem de capa: Concilio degli Dei nella Villa Farnesina, Raffaello Sanzio, 1517-18

Navegue pelos nossos Artigos e Conecte-se!

Inscreva-se em nossa newsletter.

Uma resposta

  1. Que texto fascinante sobre a mitologia grega!

    A forma como o autor apresenta as relações de Zeus no Olimpo é extremamente didática e envolvente. Adorei como cada relacionamento é detalhado com suas consequências e simbolismos, especialmente a história de Métis e o nascimento espetacular de Atena.

    A inclusão de obras de arte famosas para ilustrar cada passagem torna o texto ainda mais rico e permite visualizar como esses mitos inspiraram grandes artistas ao longo dos séculos.

    O texto consegue equilibrar perfeitamente informação histórica com narrativa mitológica, tornando a leitura não só educativa, mas também muito prazerosa.

    Parabéns pela excelente abordagem do tema!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *