Teseu

18 de outubro de 2025

Teseu

A história de Teseu começa tempos atrás com a dificuldade do rei Egeu de Atenas em ter filhos. Ele casou-se com duas mulheres, Meta, filha de Hoples e Calcíope, filha de Rexenor, mas não teve filhos com nenhuma delas.

Temendo perder o reino para seus irmãos (Palas, Niso e Lico), Egeu resolveu ir até Delfos para consultar o oráculo de Apolo tendo ouvido da pitonisa a seguinte frase: “não desate a boca do odre até chegar a Atenas”.

La Pythie dans l’oracle de Delphes, Chromolithographie de la fin du 19eme siecle

Egeu não conseguiu decifrar o enigma, mas na sua viagem de volta parou em Trezena, onde reinava o sábio rei Piteu. Este ouviu a mensagem da pitonisa a seu colega ateniense e compreendeu rapidamente o significado da mensagem.

Organizou um banquete de boas-vindas e embriagou Egeu. Quando o hóspede se recolheu em seus aposentos, Piteu mandou sua filha Etra dormir com ele.

Porém Egeu estava totalmente embriagado e dormia profundamente. Etra também adormeceu, mas recebeu uma mensagem em sonhos para ir até a praia. Acordou e foi até lá, quando encontrou Poseidon, o deus dos mares que se relacionou com ela. Depois retornou aos aposentos de Egeu.

Poseidon, Guangjian Huang, contemporary artist

De manhã, Egeu acordou e encontrou Etra a seu lado com sinais de ter perdido a virgindade. Não se lembrando de nada, prometeu que caso ela estivesse grávida, acolheria seu filho em seu reino.

Como prova de suas boas intenções, deixou uma espada e uma sandália que seriam uma maneira de ele reconhecer seu descendente. Os objetos foram colocados embaixo de uma enorme rocha para não serem roubados.

Etra estava grávida de Poseidon e nasce um filho a quem chamaram de Teseu. Revelou-se um jovem muito forte, belo e inteligente e quando atingiu a adolescência sua mãe contou-lhe que era filho do rei de Atenas. Foram até a rocha que Teseu ergueu sem dificuldade, apanhando a sandália e a espada.

Theseus et Aethra, Laurent de la Hyre, 1635

Ele resolve ir até Atenas para reclamar sua posição de herdeiro do trono. No caminho, enfrenta inúmeros desafios começando com Perífetes, filho de Hefesto e de Anticleia.

Perifetes, assim como seu pai, era coxo e usava sua muleta como clava para matar os peregrinos que estavam indo para Epidauro. Teseu matou-o com a sua própria muleta/clava e guardou-a como lembrança de sua primeira vitória. 

Depois ele enfrentou Sinis, gigante filho de Poseidon, que amarrava seus inimigos em um pinheiro, envergava-o até o chão e os arremessava contra rochas. Teseu fez o mesmo com Sínis e prosseguiu sua viagem.

Theseus und Sinis, Staatlichen Antikensammlungen, München, Deutschland

O terceiro desafio foi a monstruosa Porca de Crômion, filha de Tifão e Équidna, que se chamava Féia, nome de uma velha bruxa que a criou e a alimentou. Teseu a eliminou com um golpe de espada.

Em seguida ele se depara com Ciron, filho de Pélops, que ficava em um rochedo a beira mar. Ele obrigava os viajantes a lavarem seus pés e em seguida dava um pontapé, jogando-os no mar para que uma monstruosa tartaruga os devorassem.

Teseu não aceitou lavar os pés de Ciron, combateu com ele e saiu vitorioso, jogando-o ao mar para a tartaruga-gigante devorar.

A seguir ele encontra o gigante Procrusto, que tinha uma cama de ferro em sua casa, com o seu exato tamanho, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem.

Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente.

Theseus fighting Prokrustes, British Museum

Teseu, porém, prendeu Procusto lateralmente em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes.

Por último ele encontra Cercion, o gigante de Elêusis, que obrigava os transeuntes a o enfrentarem em uma luta e como era muito forte matava a todos. Porém Teseu o derrotou e matou, quando o levantou e o jogou no chão.

Teseu luta contra Cercion (Cílix pintado por Éison, século V a.C.)

Antes de chegar a seu destino, Teseu se purifica as margens do Rio Cefiso por causa das inúmeras mortes que havia causado.

Ao chegar é recebido pelo rei, mas não revela sua identidade. Medeia, que vivia com Egeu, percebe que o jovem pode ser uma ameaça e convence o rei que ele deve ser eliminado.

No banquete de boas-vindas, ela prepara uma bebida envenenada e oferece a Teseu. Mas este, antes de beber, puxa de sua espada para cortar a carne e é imediatamente reconhecido por Egeu, que derruba a taça e abraça o jovem, proclamando-o seu herdeiro, enquanto Medeia é exilada, voltando para a Cólquida, sua terra natal.

Teseu e Egeu, autor desconhecido (HMP), 1890

Egeu tinha que pagar uma taxa a Creta enviando sete rapazes e sete moças atenienses que seriam colocados no labirinto para serem devorados pelo filho monstruoso do Rei Minos, o Minotauro.

Na terceira remessa de jovens, Teseu estava presente e resolveu intervir no problema. Embarcou no lugar de um jovem e partiu para Creta para entrar no Labirinto.

Na partida, Egeu entregou-lhe dois jogos de velas para sua nave, uma branca e outra preta que é colocada no mastro. Combinam que caso ele voltasse vencedor içaria as velas brancas; caso contrário continuaria usando as velas pretas.

Chegando a Creta, ele deve enfrentar o símbolo da falha de Minos com Poseidon, mas também precisa conseguir sair do labirinto. Porém, Ariadne, filha de Minos, apaixona-se pelo grego e decide ajudá-lo.

Ela tece um longo novelo e amarra a ponta do fio na entrada do labirinto, para que ele desenrole e depois enrole a fim de encontrar a saída.

Theseus and Ariadne at the entrance of the Labyrinth, Richard Westall, 1810

Teseu encontra o Minotauro e o derrota asfixiando-o, tamanha era a sua força. Depois volta para Ariadne, convidando-a para ir com ele ao continente, convite que é prontamente aceito.

Teseu e o Minotauro, autor desconhecido

Após a morte do monstro há um terremoto que destrói o palácio real. Devido a sua ambição, Minos acaba por perder sua filha, seu palácio além da confiança e proteção dos Deuses.

Quando Ariadne contempla toda aquela destruição, sente-se culpada por ter ajudado os gregos. Cansado de suas lamúrias, Teseu abandona-a na ilha de Naxos, onde o navio havia feito uma escala.

Ariadne in Naxos, Evelyn De Morgan, 1877

Talvez pelo remorso de tê-la abandonado, Teseu esquece de colocar as velas brancas e continua navegando com as pretas. Egeu aguardava ansiosamente o retorno de seu filho e ao contemplar a chegada do navio com velas pretas, supõe que ele havia perecido em Creta e atira-se ao mar, vindo a falecer.

A Morte de Egeu, autor descnhecido

Com a morte de Egeu, Teseu torna-se o rei de Atenas e o mar que banha as costas de Atenas passou a ser chamando de Mar Egeu, em sua homenagem.

Quanto a Ariadne, abandonada e decepcionada com a atitude de Teseu, encontra Dioniso, o deus do vinho e do êxtase, que surge em uma carruagem puxada por panteras e uma comitiva composta de mênades e sátiros. O deus imediatamente se apaixona pela princesa cretense e a toma como esposa.

Bacchus and Ariadne, Tiziano Vecellio, 1522

Imagem de capa: Theseus slays the Minotaur by Kenneth Ernest Nation, contemporary artist

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