Valdenir mar12

16 de setembro de 2024

Minha amizade com Valdenir Benedetti

Bebemos da mesma fonte, o professor Wanderley Vernili, onde iniciei meus estudos de Astrologia de 1977 a 1979. O professor Wanderley dava aulas de graça para uma turma de mais de 100 alunos em um salão paroquial na Vila Nova Conceição. As aulas eram ditadas e os alunos tinham que anotar rapidamente os ensinamentos, para melhorar o Mercúrio segundo o mestre.

Interrompi os estudos por cinco anos devido ao nascimento de meu filho Icaro e retornei em 1984 com o colega Maurice Jacoel e depois com outros professores. Nesta época, soube que o Valdenir teve uma escola de Astrologia na Vila Madalena junto com o Edmur Balle, um amigo meu de infância da cidade de Pompéia no interior de São Paulo. Ambos tinham sido alunos do professor Wanderley e evoluíram para a condição de professores.

Em 1991 Valdenir e sua parceira da Cintila Eventos trouxeram a astróloga Donna Cunninghan para o Brasil. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de agosto na Sala São Luiz, na Avenida Juscelino Kubitschek. O livro dela “Plutão no seu mapa Astrológico” havia sido lançado pela Editora Pensamento e os temas tratados no Seminário foram Plutão, evidentemente, e terapia com florais.

Ouroborus, Monica Grohmann.

Logo depois comecei a frequentar a Escola Planeta de Astrologia na Rua Pamplona, tendo aulas semanais com o Valdenir, cujo logotipo foi elaborado pela Artista Plástica e Astróloga Monica Grohmann. Foram vários anos de curso com uma turma assídua onde construímos uma grande amizade.

Valdenir utilizava algumas técnicas de interpretação como a que foi denominada de “provolone”, onde perante uma determinada questão Q, procurávamos o Indicador Universal, o Indicador Essencial e o Indicador Acidental. Por exemplo, em uma determinada questão de valores trazida pelo consulente, procuramos primeiramente a Vênus do mapa, que é o Regente Universal da Casa II. Depois vemos o regente da casa II do mapa em questão, que é o Indicador Essencial e por fim, caso houver um ou mais planetas na Casa II, estes seriam os Indicadores Acidentais.

Outra técnica que ele costumava aplicar era a do Oposto Simbólico, por onde fluíam a expressão inadequada dos signos. Define-se um outro diagrama no Zodíaco onde cada signo tem seu Oposto Simbólico, sobre a tese de que os do elemento Terra se opõe aos de Fogo e os do elemento Ar se opõem aos de Água.

A Árvore dos Dispositores também era utilizada como acessório para a interpretação dos temas. Era uma outra estrutura de relacionamento dos planetas no mapa baseada na regência moderna dos planetas sobre os signos, onde o dispositor tem a sua disposição os ocupantes de seu signo. O topo da estrutura eram os planetas domiciliados que hierarquicamente dispunham dos demais e assim sucessivamente. O interessante é que cada mapa tem uma árvore própria, como se fosse uma impressão digital.

Valdenir desenvolveu também uma estrutura do mapa baseada nos arquétipos Junguianos e na obra de Carlos Castañeda , onde o Guerreiro, o Mago, o Amante e o Rei ocupavam um ponto da cruz cardinal, relativos aos signos de Aries, Câncer, Libra e Capricórnio. Esta estrutura foi se ampliando em um gráfico cada vez mais complexo e acabou sendo tema de uma palestra no Congresso do Rio sobre “A Arte Astrológica de Ser Guerreiro”. Seguem aqui os links para assistir esta palestra:

http://play.tojsiab.com/MW5ENHFtMGpqazgz

Ele era um grande batalhador em prol da Astrologia, tendo organizado inúmeros congressos, como um na FAAP, onde pela última vez vi o professor Wanderley. Neste congresso eu estava tentando fazer um calendário astrológico, mas por problemas na gráfica não foi possível.

Na Escola Planeta ele organizou dois encontros de Astrologia que tive a oportunidade de participar como palestrante. O primeiro foi no Ano Novo Astrológico de 1997 denominado “1º Encontro da Astrologia em São Paulo” (folder anexo) e o segundo em setembro de 1998 denominado “Astrologia do Amanhã”.

Na vida pessoal, Valdenir, este capricorniano de Sol e Lua com Ascendente Escorpião tinha um senso de humor apurado. Costumava criar neologismos ou interpretações etimológicas de determinadas palavras. A mais famosa era a do místico, que teria sido derivada de “me estico”, ou seja, quando nos tornamos místicos nossa mente se amplia.

Trazia uma relação muito intensa com a informática. Utilizava sem restrições os programas de cálculo de mapas em computador e participava de listas de conversa, algumas sob o pseudônimo de Jonas Bee, onde tinha discussões acaloradas com os outros participantes.

Outra paixão era a fotografia, sendo que possuía câmeras de alta qualidade com as quais procurava desenvolver sua veia artística.

A turma tinha por habito ir a Trattoria do Sargento após as aulas, com a intenção de tomar cerveja e conversar sobre Astrologia. Valdenir aparecia de vez em quando e pedia pratos nada leves, como lasanhas ou perna de cabrito. Além deste hábito não muito saudável, ele fumava muito, se bem que nunca o vi exagerando nas bebidas.

No site Constelar temos a última palestra de Valdenir com o título “Lua, criança interior, autorização para ser feliz” no dia 6 de junho de 2009, no centro de convenções do Hotel Atlântico, em Copacabana, como parte da versão carioca do Circuito Nacional de Astrologia, organizado pela CNA – Central Nacional de Astrologia. Este vídeo foi recuperado por Alexey Dodsworth, que o compartilha agora com toda a comunidade astrológica brasileira. Aqui vai o link:

http://www.constelar.com.br/constelar/139_janeiro10/valdenir-benedetti1.php

Segue uma lista de livros do Valdenir nos quais sua personalidade e seus pensamentos continuam vivos e disponíveis para os leitores:

“O que o mapa natal não conta – Interpretação do Horóscopo: Técnicas e Estilos” editado por Editora Hipocampo em 1993; organizador.
“Textos Planetários” de uma editora desconhecida em 1997; autor.
“Manual de Astrologia Essencial – Textos Planetários” editado por Editora Ground em 1999; autor.
“Astrologia para um novo Ser” editado por Editora Roka em 2000; organizador.
“Astrologia – Os Doze Portais Mágicos” editado por Editora Talento em 2001; autor de um texto.
“Segredos e Estilos – A Arte de Interpretação do Horóscopo” do ano de 2008 como organizador e autor de um texto.

Em seu blog Astrologia Transpessoal, Valdenir se auto definia assim:

“ Estudante e apaixonado pela Astrologia há mais de 3 décadas. Descobrindo agora que o tamanho do que não sei ainda é imenso, e o tamanho do que nem sei que não sei é inimaginável. Procurando fazer com que a Astrologia não seja apenas um bla bla bla mental e descritivo. Acreditando que a pratica da Astrologia é mais do que alimentar ilusões ou autoimagens. ”

Aliás ele dizia que Transpessoal não quer dizer apenas Além da Pessoa. Para a Astrologia, essa Pratica quer dizer mesmo é Através da Pessoa. Para quem quiser consultar o material ali armazenado, o link é:

http://astrologiatranspessoal.blogspot.com.br/

Não podemos deixar de mencionar o Blog da Astróloga Rose Vilanova, que disponibilizou inúmeros textos de suas correspondências com o Valdenir neste endereço:

http://valbene.blogspot.com.br/

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